A intolerância à lactose é uma condição que afeta um número significativo de pessoas ao redor do mundo, gerando desconfortos digestivos que podem impactar a qualidade de vida.
Aproximadamente 68% da população global enfrenta dificuldades na digestão da lactose, um açúcar encontrado em produtos lácteos.
Embora muitos associem a lactose apenas ao leite, ela também está presente em uma variedade de alimentos, às vezes de forma inesperada.
Neste artigo, vamos explorar os aspectos dessa condição, desde os sintomas até como gerenciar a dieta, garantindo uma alimentação saudável e livre de desconfortos.
O que é intolerância à lactose?
A intolerância à lactose é frequentemente resultado da má absorção de lactose, uma situação em que o intestino delgado não consegue decompor adequadamente esse açúcar, causando uma série de reações no sistema digestivo.
Assim, as pessoas com essa condição podem experimentar sintomas como gases, inchaço e diarreia após consumir produtos lácteos.
Embora a gravidade dos sintomas possa variar, a condição é mais comum em algumas populações do que em outras.
Por exemplo, em regiões da Ásia e África, a intolerância à lactose é mais prevalente do que no norte da Europa.
Quais os 3 tipos de intolerância à lactose?
Existem três tipos principais de intolerância à lactose:
Intolerância primária: É a forma mais comum e ocorre quando a produção de lactase diminui naturalmente com a idade.
A maioria das pessoas começa a apresentar essa diminuição após a infância, resultando em sintomas ao consumir produtos lácteos.
Intolerância secundária: Esse tipo se desenvolve após uma lesão intestinal, como por exemplo, infecções gastrointestinais, doença celíaca ou doença de Crohn, que afetam a mucosa intestinal e, consequentemente, a produção de lactase.
Intolerância congênita: Uma condição rara em que os bebês nascem com a incapacidade de produzir lactase.
Assim, se trata de uma condição que requer que os recém-nascidos sejam alimentados com fórmulas sem lactose desde o início da vida.
Cada tipo requer uma abordagem específica em termos de diagnóstico e manejo.
Como o corpo processa a lactose?
Quando uma pessoa saudável consome laticínios, a enzima lactase presente no intestino delgado quebra a lactose em glicose e galactose, que são absorvidas pelo organismo.
Entretanto, em indivíduos intolerantes, a lactase não está disponível em quantidade suficiente, resultando em fermentação da lactose no cólon.
Isso gera a produção de gases e ácidos, levando aos sintomas desconfortáveis que estão associados à condição.
Estudos indicam que até 70% da lactose consumida por pessoas intolerantes pode não ser devidamente digerida.
Quais são os sintomas de quem tem intolerância à lactose?
Os sintomas da intolerância à lactose podem surgir de 30 minutos a 2 horas após a ingestão de alimentos que contêm lactose.
Os principais sintomas incluem:
- Diarreia: Pode ocorrer após o consumo de laticínios, resultando em frequentes idas ao banheiro e risco de desidratação, especialmente em crianças e idosos.
- Gases: O acúmulo de gases no trato digestivo pode causar desconforto e constrangimento.
- Inchaço: Uma sensação de plenitude abdominal que pode acompanhar outros sintomas, como dor.
- Dor abdominal: Causada pela presença de lactose não digerida.
- Cãibras: Muitas vezes, essas dores são incómodas, mas não representam risco à saúde.
Estudos indicam que aproximadamente 50% das pessoas com intolerância à lactose relatam inchaço e gases como os sintomas mais prevalentes.
O impacto desses sintomas pode ser significativo na qualidade de vida, afetando a socialização e a dieta das pessoas.
Diagnóstico da intolerância a lactose
O diagnóstico é feito por meio da avaliação dos sintomas e de testes específicos, como por exemplo:
- Teste de hidrogênio no hálito: Mede a quantidade de hidrogênio exalada após a ingestão de lactose. Níveis elevados podem indicar a intolerância.
- Teste de tolerância à lactose: Avalia a resposta do corpo ao consumo de lactose, medindo a glicose no sangue.
Consultar um profissional de saúde é fundamental para garantir um diagnóstico preciso e diferenciar a intolerância de outras condições, como alergia ao leite.
Impacto da intolerância a lactose na vida diária
A intolerância à lactose pode impactar significativamente a vida diária dos indivíduos afetados.
Isso porque, a necessidade de evitar produtos lácteos pode levar a restrições alimentares, dificuldade em encontrar opções seguras em restaurantes e eventos sociais, e até mesmo desafios emocionais, como a ansiedade em relação a possíveis reações adversas.
Além disso, segundo dados da Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição, cerca de 70% das pessoas com intolerância à lactose não buscam alternativas adequadas, o que pode resultar em deficiências nutricionais.
Alimentos para evitar se você tem intolerância à lactose
Os principais alimentos a serem evitados por pessoas com intolerância à lactose incluem, por exemplo:
- Leite (todos os tipos, incluindo integral, desnatado e leite em pó)
- Queijos (especialmente os frescos, como ricota e cottage)
- Iogurte (exceto as versões sem lactose)
- Sorbete e sorvete
- Creme de leite e nata
Produtos que contêm lactose, como alguns tipos de pães, bolos e produtos industrializados, também devem ser evitados.
Assim, a leitura atenta dos rótulos é fundamental para identificar a presença de lactose nos alimentos.
Ingredientes nos alimentos processados para se atentar
Além de evitar alimentos evidentemente lácteos, é importante estar atento a ingredientes que podem conter lactose em alimentos processados.
Alguns deles incluem:
- Soro de leite: Comum em produtos como pães e proteínas em pó.
- Caseína: Usada em queijos e produtos processados.
- Lactato: Encontrado em conservantes e aditivos.
- Gordura láctea: Presente em diversos alimentos industrializados.
Assim, a consciência sobre esses ingredientes é crucial para prevenir a ingestão acidental de lactose.
Onde obter cálcio sem consumir derivados do leite?
Para aqueles que evitam laticínios, é importante encontrar fontes alternativas de cálcio, como por exemplo:
- Vegetais verdes escuros: Como brócolis, couve e espinafre.
- Frutos secos: Amêndoas e sementes de gergelim.
- Bebidas vegetais fortificadas: Leite de amêndoas, soja ou aveia enriquecidos com cálcio.
Essas opções ajudam a garantir a ingestão adequada desse mineral vital sem os riscos associados à lactose.
A intolerância à lactose tem cura?
Atualmente, não existe cura para a intolerância à lactose.
O manejo da condição envolve a adaptação da dieta e o uso de suplementos de lactase, pois isso ajuda na digestão da lactose quando a ingestão de laticínios é necessária.
Algumas pessoas podem tolerar pequenas quantidades de lactose, enquanto outras podem precisar evitá-la completamente.
O que fazer em uma crise de intolerância à lactose?
Durante uma crise de intolerância à lactose, as seguintes medidas podem ajudar:
- Evitar a ingestão de alimentos lácteos: Isso é fundamental pois ajuda a prevenir mais desconforto.
- Tomar um antiácido: Medicamentos como simeticona podem ajudar a aliviar alguns sintomas, como por exemplo, desconfortos causados por gases e inchaço.
- Hidratação: Manter-se hidratado é importante, principalmente se houver diarreia.
- Consultar um médico: Se os sintomas forem severos ou persistirem, é essencial procurar orientação médica.
Tratamento da intolerância à lactose
O tratamento da intolerância à lactose envolve principalmente ajustes na dieta.
As principais abordagens incluem:
- Evitar alimentos ricos em lactose: Como mencionado anteriormente.
- Uso de produtos sem lactose: Muitos mercados oferecem alternativas vegetais para produtos, como por exemplo, leite, queijos e iogurtes.
- Suplementos de lactase: Tomados antes de refeições que contenham lactose podem ajudar na digestão.
- Consultar um nutricionista: Para garantir uma dieta equilibrada e a ingestão adequada de nutrientes.
Essas medidas ajudam a controlar os sintomas e a melhorar a qualidade de vida.
Conclusão
A intolerância à lactose é uma condição comum, mas você pode geri-la com a conscientização adequada sobre os alimentos que deve evitar e as alternativas disponíveis.
Embora não haja cura, um diagnóstico correto e a adaptação da dieta podem levar a uma vida plena e saudável.
Assim, é fundamental que aqueles que suspeitam ter essa condição procurem orientação profissional para garantir um manejo eficaz e nutritivo.
