As redes sociais emergiram como uma ferramenta poderosa para a conscientização pública sobre uma vasta gama de questões sociais. Sendo uma poderosíssima fonte de informação que permite o acesso a uma grande quantidade de informações, de forma global e a qualquer momento, a informação nesse meio de comunicação transita de maneira muito mais rápida e prática. No que se refere a conhecimentos referentes aos direitos dos animais, isso não é diferente, entretanto deve ser analisado sob diferentes prismas.
Por um lado, essas plataformas têm contribuído de maneira significativa para educar e mobilizar a sociedade, expondo práticas cruéis e injustas que muitas vezes ocorrem nos bastidores. Por outro lado, a maneira como certos conteúdos são compartilhados pode comprometer o real entendimento sobre o que significa defender os direitos dos animais.
A violação dos direitos dos animais é um problema sistêmico que exige uma ação coordenada de políticos para ser resolvido. Isso porque, o animal passou por diversas compreensões em relação a períodos distintos na história da humanidade. Na maior parte do tempo, foi considerado como um ente desprovido dos atributos que demarcam a experiência de mundo (e.g. razão, consciência, linguagem, etc.) e, desse modo, inabilitado a ocupar um lugar na comunidade moral e jurídica.
E apesar de existir legislação vigorando em defesa dos direitos dos animais, ainda não são consideradas suficientes para mantê-los protegidos diretamente pelo seu valor próprio. Isso se justifica no fato de ainda serem legitimadas diversas instâncias de uso animal, como é o caso do uso de animais para o entretenimento.
É claro que com o advento da internet a causa tem ganhado mais atenção, surgindo mais ideias ao redor da problemática. Além disso, as redes sociais têm dado voz a organizações de defesa dos animais, ativistas e especialistas que antes poderiam estar restritos a um público menor ou limitado geograficamente.
Entretanto, diariamente nos deparamos com o uso de estratégias de comunicação ineficazes por parte de ativistas e defensores da causa, o que é um grande prejudicial para o avanço da sociedade em relação a este debate. Isso porque, muitas das vezes, essas informações distorcem ou banalizam questões sérias sobre a causa. Essa questão está intimamente ligada e sabemos que abordagens mais eficazes estão ao nosso alcance.
Vídeos e fotos impactantes de animais em situações de sofrimento geram forte reação emocional, o que é positivo para chamar atenção, mas em alguns casos isso pode resultar em uma percepção superficial ou distorcida da questão. O ativismo pelas redes sociais pode, em alguns momentos, tornar-se mais focado no choque visual do que na análise profunda das causas e soluções para o problema.
Desse modo, é fundamental que sejamos críticos e conscientes ao consumir e compartilhar informações. Precisamos buscar fontes confiáveis, questionar narrativas prontas e apoiar ações que tenham como objetivo a promoção de soluções duradouras para o bem-estar dos animais. Somente assim as redes sociais poderão cumprir um papel realmente transformador.