A extinção de animais é uma realidade preocupante. As atividades humanas estão causando o que muitos cientistas definem como a sexta extinção em massa. Isso porque, o mundo já vivenciou cinco outras extinções ao longo da sua história.
Descrita como uma “rápida mutilação da árvore da vida”, essa extinção acelerada está afetando plantas, insetos e animais a uma taxa alarmante, como resultado das ações humanas nos últimos 500 anos.
O que é uma extinção de animais em massa?

Considera-se uma extinção em massa quando 75% de todas as espécies na Terra desaparecem em um curto período de tempo, de cerca de 2,8 milhões de anos.
Nas extinções que ocorreram ao longo da história do mundo, as causas foram eventos naturais, como por exemplo, erupções vulcânicas, impactos de asteroides e mudanças no nível do mar e na atmosfera.
A crise atual é diferente, pois é causada principalmente pelas atividades humanas, como desmatamento, poluição e mudanças climáticas.
Quais são as principais causas da extinção de animais?

Das espécies que já habitaram o planeta, 98% estão extintas.
Embora esse seja um processo natural ao longo do tempo, a ação humana acelerou significativamente esse fenômeno desde a Revolução Industrial.
A extração desenfreada de recursos, a modificação de habitats e a poluição da atmosfera, por exemplo, estão entre os principais fatores.
Entre 1850 e 2022, as atividades humanas aumentaram em dez vezes as emissões de gases de efeito estufa e converteram quase metade das terras habitáveis do planeta para a agricultura.
A desflorestação é especialmente prejudicial, já que muitas espécies dependem desses ecossistemas para sobreviver.
O desmatamento, em grande parte impulsionado pela expansão agrícola, continua sendo um dos maiores vilões para a biodiversidade.
Animais ameaçados de extinção: um panorama global e brasileiro
A extinção de espécies animais não é um fenômeno novo, mas a taxa de desaparecimento tem se acelerado nas últimas décadas devido a fatores como destruição de habitats, mudanças climáticas e atividades humanas.
A seguir, destacamos algumas das espécies mais ameaçadas no mundo e no Brasil, que enfrentam sérios desafios para sua sobrevivência.
Onça-pintada (Panthera onca)

Maior felino das Américas, a onça-pintada habita principalmente a Amazônia e o Pantanal, onde desempenha um papel essencial no equilíbrio ecológico.
No entanto, o desmatamento e a caça ilegal têm fragmentado sua população, estimada em cerca de 170 mil indivíduos.
A falta de conectividade entre seus habitats aumenta o risco de extinção, levando o Ministério do Meio Ambiente (MMA) a classificá-la como “Vulnerável”.
Lobo-guará (Chrysocyon brachyurus)

Esse canídeo icônico do Cerrado, bioma seriamente ameaçado pela agropecuária, possui uma população estimada em menos de 25 mil indivíduos.
O desmatamento, atropelamentos em estradas e a fragmentação de seu habitat são os maiores riscos enfrentados pela espécie, que também é classificada como “Vulnerável”.
Panda-gigante (Ailuropoda melanoleuca)

O panda-gigante, nativo da China, é um símbolo de conservação.
Graças a esforços internacionais, sua população tem se recuperado, mas ainda enfrenta desafios ligados à preservação de seu habitat.
Hoje, há cerca de 1.864 pandas-gigantes em liberdade, classificados como “Vulneráveis”.
Baleia-fin (Balaenoptera physalus)

As pessoas caçaram intensamente a baleia-fin, a segunda maior espécie de baleia, no século XX, o que levou a um declínio drástico de sua população.
Com cerca de 100 mil indivíduos restantes, a espécie ainda sofre com a caça em alguns países e a poluição dos oceanos, sendo considerada “Vulnerável”.
Arara-azul-de-lear (Anodorhynchus leari)

Endêmica da Caatinga, no Brasil, essa arara é uma das aves mais ameaçadas do país.
A destruição de seu habitat e o tráfico de animais são os maiores vilões.
Com uma população de apenas 2.273 indivíduos, a arara-azul-de-lear é classificada como “Em perigo”.
Pinguim-africano (Spheniscus demersus)

Encontrado nas costas da África do Sul e Namíbia, o pinguim-africano está “Em Perigo” devido à poluição, derramamentos de petróleo e degradação de suas áreas de reprodução.
Atualmente, restam cerca de 20.000 casais reprodutores na natureza.
Peixe-boi-marinho (Trichechus manatus)

Esse mamífero aquático habita as águas costeiras do Caribe e do Brasil.
A “pesca acidental” e o aumento do tráfego de barcos, além da poluição, ameaçam a espécie, que é considerada “Em Perigo” no Brasil e “Vulnerável” globalmente.
Gorila-da-montanha (Gorilla beringei beringei)

Vítima de caça furtiva, perda de habitat e doenças, o gorila-da-montanha, encontrado nas florestas montanhosas da África, tem mostrado sinais de recuperação.
A população, que já foi inferior a 250 indivíduos, hoje está em torno de 1.000, mas especialistas ainda classificam a espécie como ‘Criticamente em Perigo’.
Condor-da-Califórnia (Gymnogyps californianus)

Uma das aves mais raras do mundo, o condor-da-Califórnia quase foi extinto na década de 1980.
Mas, graças a programas de reintrodução, sua população aumentou para cerca de 6.700 indivíduos, mas a contaminação por chumbo ainda representa um risco significativo.
Baleia-azul (Balaenoptera musculus)

A baleia-azul, o maior animal do planeta, foi alvo da caça intensiva no início do século XX, e apesar da moratória global, sua recuperação tem sido lenta.
Hoje, especialistas estimam que existem cerca de 15.000 indivíduos, e classificam a espécie como “Criticamente em Perigo”.
Macaco-prego-galego (Sapajus flavius)

Endêmico da Mata Atlântica brasileira, o macaco-prego-galego enfrenta a destruição de seu habitat, que está reduzido a 12% de sua cobertura original.
Assim, com uma população estimada em 1.000 indivíduos, ele é classificado como “Criticamente em Perigo”.
Soldadinho-do-araripe (Antilophia bokermanni)

Encontrado exclusivamente na Chapada do Araripe, no Ceará, o soldadinho-do-araripe sofre com a degradação de seu habitat devido à expansão agrícola.
Assim, especialistas estimam que a espécie tem uma população de menos de 1.000 indivíduos e a consideram ‘Criticamente em Perigo’.
A luta pela preservação
As espécies listadas enfrentam desafios imensos, principalmente devido à ação humana.
O desmatamento, a caça ilegal, o tráfico de animais e a poluição estão entre as principais ameaças.
No entanto, esforços de conservação e conscientização estão sendo feitos, e há esperança de que, com mais medidas de proteção, muitas dessas espécies possam se recuperar antes que seja tarde demais.
Impactos da extinção de animais

As consequências da extinção de espécies vão muito além do desaparecimento de um animal.
Como por exemplo, desequilíbrios em ecossistemas inteiros, que prejudica a vida no planeta como um todo.
Redução da biodiversidade
A perda de espécies leva à diminuição da diversidade genética e biológica.
Isso enfraquece a capacidade dos ecossistemas de se adaptarem a mudanças ambientais, como por exemplo, pragas e doenças.
Além disso, uma menor biodiversidade também compromete serviços ecossistêmicos, como a polinização e a purificação do ar e da água, que são essenciais para a vida humana.
Ruptura de cadeias alimentares
O desaparecimento de uma espécie pode interromper as interações dentro da cadeia alimentar.
A extinção de predadores, por exemplo, pode causar o crescimento descontrolado de presas, levando à superexploração dos recursos naturais e à degradação do ecossistema.
Perda do ecossistema
A extinção em massa pode causar o colapso de ecossistemas inteiros.
Florestas, oceanos e outros habitats vitais podem deixar de funcionar corretamente, resultando em, por exemplo, desertificação, erosão do solo e até mesmo mudanças no clima local.
Conclusão
A atual extinção em massa é um alerta claro de que o equilíbrio natural da Terra está em risco.
Isso porque, as atividades humanas estão destruindo ecossistemas e espécies a uma velocidade sem precedentes, com graves consequências para a biodiversidade e para a própria sobrevivência da humanidade.
Logo, é essencial que tomemos medidas imediatas para proteger a vida selvagem e preservar o planeta para as futuras gerações.